segunda-feira, 23 de novembro de 2009

SIMULTÂNEOS

(A Lúcia Adãs)

O vozerio em torno era aguerrido
Mas nós dizíamos versos simultaneamente
Ao ouvido um do outro e sua voz dolente
Embalava de sonhos meu atento ouvido.

Quando de minha vez, em mil rimas perdido,
Tentando compensá-la pelo áureo presente,
Tropeçava no verso e a lira cadente
Descantava cativa um sonho dolorido

Cumpliciada com a brisa que passava
Envolta em ondas de Perfume, a minha face
A sua cabeleira afagava.

E a noite complacente meu desejo embala
Desejo que crucia e me leva ao traspasse,
Por conter, insensato, a ânsia de beijá-la.

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