segunda-feira, 23 de novembro de 2009

ILHAS

(A Rivaleno Amâncio Costa)

Que tormento, meu Deus, se eu não a via,
Que angústia se a tinha a meu lado
Pois muito antes de ela ter chegado
Já a dor de sua partida eu pressentia.

Como era longa a ausência de um só dia
Quando eu contava as horas desolado
Como eu sofria, meu Deus, com ela abraçado,
Longe dela, meu Deus, como eu sofria!

Mas deste amor as chamas se apagaram
E dessa lava ardente, hoje absorto,
Contemplo só as cinzas que ficaram.

Foram-se as juras, foram-se os carinhos
Somos agora as ilhas de um mar morto
Vivemos lado a lado e tão sozinhos.

Um comentário:

  1. Como ele dedica muito os poemas, tenho a impressão de que o poeta meio que mistica ou mediunicamente passa a sentir o que a pessoa a quem é dedicado o texto sente....... é só uma especulação, mas é isso, penso por aí..... uma forma de psicografia de encarnados.

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