(A Hamilton Coim)
"Lá vem o carro gemendo,
Carro de boi, dois a dois,
O carro geme entendendo
Toda agonia dos bois"
(Anônimo)
Na tarde que vai morreno
Soluçano nos cocão
Pelos brongo do sertão
Lá vem o carro gemeno
É o carro de boi trazeno
A carga que alguém lhe pois
Em cima é feijão, arroz,
Vem venceno os atolero
Sob o ferrão do carrero
Carro d eboi dois a dois.
E na canga os boi sofreno
Arrastano a carga bruta
Mas unido à grande luta
O carro geme entendeno
Eu tombém vou compreendeno
Ô! Grande Deus! Por quem sois?!
Compreendi que é depois
Das treva que a luz se acende
Geme o carro porque entende
Toda agonia dos bois.
SANTO AMARO DE IPITANGA, NOVEMBRO DE 1985
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