(A Gilberto Baraúna)
Boêmio, eu não sei porque tão desregrado
Trocas assim teu lar pelo antro da taberna,
E a saúde destróis e tua alma tão terna
Arrastas pela rua como um desvairado.
Num poema genial, no bar improvisado,
Retratas no asfalto o homem da caverna,
E os copos se sucedem e lá por fora inverna,
E num verso profano o vinho é sublimado
E a noite avança, e enquanto o lar te espera em calma,
Na madrugada fria, com a mente em brasa,
Desvendas insensato os teus segredos d'alma
E já manhã agora, a dúvida o situa,
Entre o dever imperioso de ir pra casa
E uma vontade louca de ficar na rua.
CONFIRMADO: já fui boemio, já passei várias vezes pela última estrofe
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